Mitos, Orações e Crenças

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domingo, 24 de março de 2013

POEMA DOS PÉS DE CRISTO


Gioia Junior

Eram uns pés pequeninos, 
róseos, alegres, divinos 
a saltitar de alegria, 
aqueles pés de criança 
que, no dia da esperança 
brincavam na estrebaria.
Eram pés alvos e graves,
plúmeos, leves como as aves
que andam perdidas pelo ar;
aqueles pés delicados
lisos, brilhantes, molhados
pisando as ondas do mar.
Pés, cuja pele morena
o pranto de Madalena
aromou em mil desvelos,
e que depois de minutos
foram beijados e enxutos
pelos seus longos cabelos…
Eram pés lentos, cansados,
feridos e machucados
e lacerados de espinhos
aqueles pés expressivos,
sempre em marcha, sempre vivos
a conquistar os caminhos.
Eram pés magros e frios,
lilazes, mortos, sombrios,
“com a mensagem que o sangue traduz”
aqueles pés gotejantes
que, nos últimos instantes,
foram pregados na cruz.

Eram pés claros, gloriosos, 
aqueles pés poderosos 
rompendo da morte o véu, 
por nuvens acariciados 
e por estrelas beijados 
quando Ele subiu ao céu!

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