Por Federação Espírita do Paraná
Costumam ser momentos de muita dor, de muito confrangimento, de muita tristeza aquele quando temos que velar os corpos dos nossos seres queridos.
Corpos de amigos nossos ou daqueles que, sendo vinculados a amigos nossos, nos achamos no dever moral de compartilhar-lhes o sofrimento, a saudade e comparecemos para as nossas condolências, nosso abraço de fraternidade, nossas palavras de carinho, de conforto.
É muito comum que, nessas ocasiões, percamos o tino relativamente ao que dizer, ao que falar.
Não temos o que falar num momento como esse. A criatura fez a sua grande viagem e estamos diante do corpo que não lhe servirá mais.
Quase sempre as pessoas choram sobre o corpo, como se o corpo fosse o seu ente querido.
Quase sempre as pessoas dizem que vão enterrar seu pai, sua mãe, seu filho, seu amigo. Isso porque admitem que o corpo seja seu pai, sua mãe, seu amigo.
Na linguagem cotidiana, na linguagem coloquial ainda encontramos as pessoas que dizem: a cova de minha mãe, a urna de meu pai, de meu filho, de meu amigo.
Verificamos com isso que, de fato, ainda se alimenta a ideia de que o nosso ser querido é aquele corpo; que o nosso ser querido seja aquele resto mortal que jaz sob a lápide ou sobre a mesa mortuária. Não é bem assim.
Ali estão no esquife, na urna, no caixão, os corpos que serviram aos nossos seres queridos.
Estamos ali para prestar homenagens a esses despojos que representam, à nossa visão, aqueles aos quais amamos.
Minha mãe não está mais naquele corpo. Meu pai, meu filho, meu irmão, meu amigo não se acham naquele corpo que está diante de nossa observação.
Ali se acha a gaiola vazia de onde a ave luminosa já se ergueu, já se libertou, já se foi.
Por causa disso, há que se pensar em alguns cuidados durante os velórios, durante essas ocorrências nas quais estamos prestando homenagens póstumas aos nossos entes queridos, familiares ou amigos, que já demandaram a vida além do corpo.
Para muita gente, os velórios são ocasiões para encontrar amigos. Aqueles amigos que a gente não encontra nunca, não veja mais. Todos encontramos nos velórios.
Para outros, é ocasião de se ver a família porque vem gente de todo lugar, de longes terras, para prestar a derradeira homenagem ao ser querido trespassado.
Para muita gente é ocasião de contar as piadas, as últimas.
Mas, para muitos outros, aquele é um local de desdita, de sofrimentos atrozes, de amarguras mortais.
Há indivíduos que rogam, naquele momento de desespero, ao seu falecido, que os levem junto, que eles não vão suportar a dor da saudade e, quase nunca, essas pessoas se dão conta de que o morto não está morto.
Estamos prestando culto ao corpo que, um dia, ele utilizou. No entanto, o nosso ser querido está vivo, de pé, muitas vezes acompanhando todo o processamento do velório e, por causa disso, ouvindo e vendo o que falamos, o que fazemos, registrando em si o psiquismo ambiente, aquelas criaturas que zombam, que riem, que contam piadas, muitas delas despropositadas pelo momento, aquelas pessoas que falam mal do falecido como registram as ondas de sofrimento e de desolação de muitos familiares, de muitos amigos.
Há de se ter maior cautela, um pouco mais de cuidado fraterno quando se esteja participando de um velório porque o morto suposto não está morto, segue de pé.
* * *
Entendendo-se que o nosso ente querido, que o falecido não desapareceu, não está morto de fato, que está apenas desencarnado, fora do corpo, sem ter mais acesso a ele, caberia a todos aqueles que vamos ao velório ter uma atitude de respeito para com o falecido, para com os seus familiares.
Se tivermos que conversar, que as nossas conversas girem em torno de assuntos leves, que possam auxiliar o ambiente e a criatura desencarnada que nada obstante possa estar lúcida, naquele momento, está sofrida, muitas vezes angustiada, ao registrar a angústia geral.
É muito comum que os seres espirituais desprendidos do corpo registrem a ambiência e sofram com o sofrimento das pessoas e se rebelem, se revoltem contra aqueles que estejam usando aquele ambiente, aquele espaço, aqueles momentos para contar suas piadas, fazer suas troças ou coisas indevidas, num momento como esse.
É tão sério o momento do passamento, da desencarnação quanto o é o do nascimento.
Daí se torna necessário que criemos um clima de afetividade, de carinho, em torno daquele ser que está viajando de volta para o grande lar, tanto quanto criamos o ambiente de carinho, de boa recepção àqueles seres que chegaram um dia a nossa convivência, os nossos filhos ou os filhos da nossa família como um todo.
Quando pensamos no velório, na condição do desencarnado, que pode estar feliz por ter se libertado do corpo enfermo, deficiente, mazeloso ou que pode estar deprimido pela depressão da família ou que pode estar raivoso pela forma como tenha saído do corpo, cabe-nos fazer o contraponto. Ao nos aproximarmos da urna, do corpo, ou no cantinho onde nos posicionemos, emitir pensamentos salutares, pensamentos de carinho, pedindo a Deus que abençoe essa criatura, recentemente desenfaixada do corpo, onde quer que ela esteja.
Então, surge a questão do sepultamento, da inumação. Para muita gente, o melhor é a sepultura tradicional, os chamados sete palmos. Para outros, melhor a cremação.
Há pessoas que pedem testamentariamente que seu corpo, depois da morte, seja cremado e a família obedece, cumpre o ritual. Era o último pedido da pessoa.
E vale a pena verificarmos que a cremação deveria ser feita um pouco de tempo depois, se esperar um pouco mais de tempo, para que o Espírito desencarnado tivesse tempo de se aclimatar, de se acostumar a esse estado de desprendimento definitivo e não sofresse tanto com o processo crematório.
É muito comum que vinte e quatro horas depois a criatura desencarnada ainda esteja muito ligada mentalmente ao corpo que acabou de deixar.
É como se tirássemos uma roupa pesada que usamos durante muito tempo e, durante algum tempo, persistíssemos com a sensação de que ainda a carregamos sobre o corpo.
Imaginemos viver o tempo que vivemos no corpo físico... Ficamos com a sensação de que carregamos o corpo conosco.
A cremação é uma medida higiênica, por excelência, facilitará muito no futuro a vida das comunidades, nada obstante, propõem os amigos espirituais que se poderia esperar setenta e duas horas, para evitar qualquer choque, qualquer traumatismo sobre o Espírito desencarnado com a reverberação da cremação sobre o seu corpo.
O mesmo raciocínio poderíamos usar para o sepultamento tradicional. O Espírito que se acha ligado ao corpo, mentalmente falando, psiquicamente falando, ele se sente sufocar quando o ataúde é fechado e o corpo baixa a sepultura.
Quando dispõe de méritos espirituais, os Benfeitores o libertam antes dessa cena, mas a massa de nós todos, a média dos Espíritos da Terra não têm esse mérito e, por isso, costuma sofrer situações desagradáveis.
Nos velórios, respeito. Na cremação - um uso importantíssimo, que precisaria apenas ser regulamentado de maneira diferente.
Corpos de amigos nossos ou daqueles que, sendo vinculados a amigos nossos, nos achamos no dever moral de compartilhar-lhes o sofrimento, a saudade e comparecemos para as nossas condolências, nosso abraço de fraternidade, nossas palavras de carinho, de conforto.
É muito comum que, nessas ocasiões, percamos o tino relativamente ao que dizer, ao que falar.
Não temos o que falar num momento como esse. A criatura fez a sua grande viagem e estamos diante do corpo que não lhe servirá mais.
Quase sempre as pessoas choram sobre o corpo, como se o corpo fosse o seu ente querido.
Quase sempre as pessoas dizem que vão enterrar seu pai, sua mãe, seu filho, seu amigo. Isso porque admitem que o corpo seja seu pai, sua mãe, seu amigo.
Na linguagem cotidiana, na linguagem coloquial ainda encontramos as pessoas que dizem: a cova de minha mãe, a urna de meu pai, de meu filho, de meu amigo.
Verificamos com isso que, de fato, ainda se alimenta a ideia de que o nosso ser querido é aquele corpo; que o nosso ser querido seja aquele resto mortal que jaz sob a lápide ou sobre a mesa mortuária. Não é bem assim.
Ali estão no esquife, na urna, no caixão, os corpos que serviram aos nossos seres queridos.
Estamos ali para prestar homenagens a esses despojos que representam, à nossa visão, aqueles aos quais amamos.
Minha mãe não está mais naquele corpo. Meu pai, meu filho, meu irmão, meu amigo não se acham naquele corpo que está diante de nossa observação.
Ali se acha a gaiola vazia de onde a ave luminosa já se ergueu, já se libertou, já se foi.
Por causa disso, há que se pensar em alguns cuidados durante os velórios, durante essas ocorrências nas quais estamos prestando homenagens póstumas aos nossos entes queridos, familiares ou amigos, que já demandaram a vida além do corpo.
Para muita gente, os velórios são ocasiões para encontrar amigos. Aqueles amigos que a gente não encontra nunca, não veja mais. Todos encontramos nos velórios.
Para outros, é ocasião de se ver a família porque vem gente de todo lugar, de longes terras, para prestar a derradeira homenagem ao ser querido trespassado.
Para muita gente é ocasião de contar as piadas, as últimas.
Mas, para muitos outros, aquele é um local de desdita, de sofrimentos atrozes, de amarguras mortais.
Há indivíduos que rogam, naquele momento de desespero, ao seu falecido, que os levem junto, que eles não vão suportar a dor da saudade e, quase nunca, essas pessoas se dão conta de que o morto não está morto.
Estamos prestando culto ao corpo que, um dia, ele utilizou. No entanto, o nosso ser querido está vivo, de pé, muitas vezes acompanhando todo o processamento do velório e, por causa disso, ouvindo e vendo o que falamos, o que fazemos, registrando em si o psiquismo ambiente, aquelas criaturas que zombam, que riem, que contam piadas, muitas delas despropositadas pelo momento, aquelas pessoas que falam mal do falecido como registram as ondas de sofrimento e de desolação de muitos familiares, de muitos amigos.
Há de se ter maior cautela, um pouco mais de cuidado fraterno quando se esteja participando de um velório porque o morto suposto não está morto, segue de pé.
* * *
Entendendo-se que o nosso ente querido, que o falecido não desapareceu, não está morto de fato, que está apenas desencarnado, fora do corpo, sem ter mais acesso a ele, caberia a todos aqueles que vamos ao velório ter uma atitude de respeito para com o falecido, para com os seus familiares.
Se tivermos que conversar, que as nossas conversas girem em torno de assuntos leves, que possam auxiliar o ambiente e a criatura desencarnada que nada obstante possa estar lúcida, naquele momento, está sofrida, muitas vezes angustiada, ao registrar a angústia geral.
É muito comum que os seres espirituais desprendidos do corpo registrem a ambiência e sofram com o sofrimento das pessoas e se rebelem, se revoltem contra aqueles que estejam usando aquele ambiente, aquele espaço, aqueles momentos para contar suas piadas, fazer suas troças ou coisas indevidas, num momento como esse.
É tão sério o momento do passamento, da desencarnação quanto o é o do nascimento.
Daí se torna necessário que criemos um clima de afetividade, de carinho, em torno daquele ser que está viajando de volta para o grande lar, tanto quanto criamos o ambiente de carinho, de boa recepção àqueles seres que chegaram um dia a nossa convivência, os nossos filhos ou os filhos da nossa família como um todo.
Quando pensamos no velório, na condição do desencarnado, que pode estar feliz por ter se libertado do corpo enfermo, deficiente, mazeloso ou que pode estar deprimido pela depressão da família ou que pode estar raivoso pela forma como tenha saído do corpo, cabe-nos fazer o contraponto. Ao nos aproximarmos da urna, do corpo, ou no cantinho onde nos posicionemos, emitir pensamentos salutares, pensamentos de carinho, pedindo a Deus que abençoe essa criatura, recentemente desenfaixada do corpo, onde quer que ela esteja.
Então, surge a questão do sepultamento, da inumação. Para muita gente, o melhor é a sepultura tradicional, os chamados sete palmos. Para outros, melhor a cremação.
Há pessoas que pedem testamentariamente que seu corpo, depois da morte, seja cremado e a família obedece, cumpre o ritual. Era o último pedido da pessoa.
E vale a pena verificarmos que a cremação deveria ser feita um pouco de tempo depois, se esperar um pouco mais de tempo, para que o Espírito desencarnado tivesse tempo de se aclimatar, de se acostumar a esse estado de desprendimento definitivo e não sofresse tanto com o processo crematório.
É muito comum que vinte e quatro horas depois a criatura desencarnada ainda esteja muito ligada mentalmente ao corpo que acabou de deixar.
É como se tirássemos uma roupa pesada que usamos durante muito tempo e, durante algum tempo, persistíssemos com a sensação de que ainda a carregamos sobre o corpo.
Imaginemos viver o tempo que vivemos no corpo físico... Ficamos com a sensação de que carregamos o corpo conosco.
A cremação é uma medida higiênica, por excelência, facilitará muito no futuro a vida das comunidades, nada obstante, propõem os amigos espirituais que se poderia esperar setenta e duas horas, para evitar qualquer choque, qualquer traumatismo sobre o Espírito desencarnado com a reverberação da cremação sobre o seu corpo.
O mesmo raciocínio poderíamos usar para o sepultamento tradicional. O Espírito que se acha ligado ao corpo, mentalmente falando, psiquicamente falando, ele se sente sufocar quando o ataúde é fechado e o corpo baixa a sepultura.
Quando dispõe de méritos espirituais, os Benfeitores o libertam antes dessa cena, mas a massa de nós todos, a média dos Espíritos da Terra não têm esse mérito e, por isso, costuma sofrer situações desagradáveis.
Nos velórios, respeito. Na cremação - um uso importantíssimo, que precisaria apenas ser regulamentado de maneira diferente.
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Maria Lopes.